segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Adeus


 Associa-se lábios a beijo ,dentes e dor , e eu não os vejo.
Entre o cruzamento das avenidas principais, velocidade , resmungos e uma senhora com seu carrinho de feira , sem pressa , sem queixas, esperando o sinal pacientemente enquanto me deseja ''bom dia'''.

Parada para um café e duas palavras , boa sorte.

Onde você esta? Não se preocupe estou chegando. Venha logo.

Passos largos ,ansiedade, saudade , impaciencia, sinal vermelho.
Foi ali na avenida onde a senhora me desejou bom dia.

             Eu não os vejo.  

domingo, 21 de agosto de 2011

íris




Entra pela janela a íris do sol , ígneo e assustador. 
Habita a órbita lunar, corre em torno mas nunca chega. 
Observo todas as noites os riscos no céu, nunca vi uma aurora pode ser improvável encontrar , tanta espera tanto desencontro. Eu não falo do amor ou de qualquer sentimento , não é palpável porem a lua também não é e eu a idolatro. 


Cheiro de terra os sons que os pássaros emitem , lá parece banal e um tanto quanto nostálgico, são frutos de imaginação. A lua não cai de inveja nem chora, as nuvens choram .. eu choro. 


Como se não esperasse nada , ninguém , todos esperam. 


O que falta na lua é um correio.

sábado, 13 de agosto de 2011

Angie

Sobressai a ignorância sobre as expectativas, como se a fumaça tragasse toda esperança que aquele sorriso acumulava, meio arredio , meio jogado. Foi há um tempo enojando-se de sentimentalismo barato, dialogo convencional com pouca afeição que os olhos meio-tom e a voz meio grave mudaram repentinamente, ficaram corajosos.

Deslocar-se perpendicular ao seu caminho original traz algumas consequências , nunca se sabe a hora de parar , deixar paisagens ou construir paisagens. Você pode se perder na estrada , sentir -se preso a velhos hábitos , encontrar desvios de curso e atrasar.

E eu te pergunto Angie

                             Angie, quando aquelas nuvens todas desaparecerão?

domingo, 7 de agosto de 2011

Analista.






   Não que eu me considere uma pessoa impaciente, mas eu precisaria de uma carga muito maior para filtrar alguns pensamentos. Talvez exista alguém que me ajude a controlar esse turbilhão de perguntas e respostas que congestionam minha mente, algumas frustrações e projetos inacabados. 
  Eu penso muito no futuro mas não deixo de acreditar que o fruto de tal é uma consequência multa de atos que praticamos todo tempo. E o que equivale o tempo que passamos a praticar tais atos? Tempo 
necessário e tempo desnecessário? ME PERCO NO MEIO DO NADA. 
  Não costumo escrever a lápis acho provisório demais, mas quando se trata do tempo tudo é provisório e até gosto da ideia de usar a borracha, transcrever o concreto a caneta e sublinhar os maiores feitos. 
Amanhã eu procuro um analista.


domingo, 24 de julho de 2011

Mais Fundo.

 Há quem diga que o maior desafio do ser humano é a liberdade, controlar o emocional não se prender a pequenos detalhes. Uma vez eu quis saltar em um abismo e quando me deparei com a imensidão tive medo, quem não tem medo do desconhecido, do escuro talvez ? Quando criança tinha medo do escuro a noite minha mãe me colocava a ninar e dizia '' o medo não é bom'' e então eu tinha medo do medo,do frio que me aquecia e das batidas disparadas que pareciam passos no corredor. Existem fases do medo, o medo do inexistente , do existente e de si próprio o qual eu considero o pior, você quer conhecer a liberdade, as frestas do seu racional, N sentimentos , desejos e possibilidades não se encaixam ao padrão.Você procura até perceber que a liberdade é a oportunidade de se prender, não em um abismo mas aos seus desejos.
                                          Eu ainda vou mais fundo …......

terça-feira, 14 de junho de 2011

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     A dias trancada em seu quarto só podia imaginar os passaros  e os carros que transitavam por sua rua , nada mais que uma coberta  protegendo do frio e uma tranca protegendo-a de si mesma.
Criticas soavam como vozes de um eu imaginário pouco afectuoso , descrevendo-a como um ser repulsivo. Bastasse abrir a janela e ver o sol , iluminar seus pensamentos suicidas ali sozinha escutava o som da sua respiração. Quando abandonou seus sonhos esqueceu de trancar a gaveta , a escrivaninha com as cartas incompletas que enviaria a um só destinatario seu eu,que estava trancado a dias dali , palavras profetizando boas acções , essas que estavam hoje trancadas na gaveta.
   O cheiro de mofo era repugnante , seu corpo esquecido e sua mente adormecida confundia-se com dejectos. Como se fosse difícil imaginar o desfecho que parecia óbvio e doloroso.

sábado, 23 de abril de 2011

   Demasiado tempo questionando o tempo , peco ? Obviamente eu perco.
Piso torto, trombo com o passado tão vivido , quente, fresco com cheiro de tinta em uma tela abstrata. Enlouquecer é fácil , trombe com ele e o sangue escorrerá da ferida.
  As vezes o gosto do sangue me dói , talvez eu não saiba definir meu rancor por vezes apenas amargo,amaldiçoado pelo ódio. Como forte é odiar amando, só quem sente o corte sabe compreender minhas palavras pálidas.
   No fim de semana eu mudo eu fujo e tento compor ausência,sobra atenção toda no chão jogada com cheiro de frustração mal desenhada e desafinada. Vai correr até quando ?
Em um dos meus pesadelos eu disse adeus, acordei e disse 'hoje nem a bossa me acalma' EU VI A SERPENTE.
Uns prostituta outrora menina frágil , quem aguenta o choque térmico ?
Mil polos percorrem o meu corpo.