segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Quando eu abri os olhos.



Quando eu nasci as pessoas sorriam , meu avô desamarrou o rosto e abriu um largo sorriso em quanto eu esbravejava vida, minha mãe só teve tempo para um abraço e logo a tiraram seu sopro de vida. Quando eu abri os olhos a luz era tão intensa que mal pude ver os detalhes do estranho lugar que me encontrava , vai ver era a dor de ter deixado pra trás o meu abrigo e saber que iria amargurar longos anos em um estranho lugar.
Assim que conheci o novo vi que era preciso um som para que me nomeassem , e logo percebi que esse som era Felipa . Minha mãe tinha som de Clara e meu pai de Miguel , meus avós eram Júlia e Joaquim ,lindos eram os olhos de meus avós , pareciam os olhos das crianças que conheci no berçário. Logo percebi que no novo existia inocência como em meu antigo abrigo solitário que só se ouvia palavras doces e canções de ninar.
  Quando se é criança os olhos se abrem para uma nova dimensão , assim a luz intensa impede a visão das coisas que só os adultos podem enxergar os causando dor , as crianças crescem perdendo o medo da luz intensa , perdendo a coragem de se entregar a ela , expulsando a inocência de seus corações e abrindo caminho para a aprendizagem.
    Entre seis meses a nove eu comecei a engatinhar e foi ai que levei meu primeiro tombo, tombo em minha linguagem é aprendizagem logo estava perdendo o medo da luz e a coragem de caminhar ao lado dela , logo tomaria uma coisa chamada decisão ,nome dado a uma escolha difícil entre um quase ruim e o ruim, foi então que eu falei a minha primeira palavra NÃO.