terça-feira, 14 de junho de 2011

***********

     A dias trancada em seu quarto só podia imaginar os passaros  e os carros que transitavam por sua rua , nada mais que uma coberta  protegendo do frio e uma tranca protegendo-a de si mesma.
Criticas soavam como vozes de um eu imaginário pouco afectuoso , descrevendo-a como um ser repulsivo. Bastasse abrir a janela e ver o sol , iluminar seus pensamentos suicidas ali sozinha escutava o som da sua respiração. Quando abandonou seus sonhos esqueceu de trancar a gaveta , a escrivaninha com as cartas incompletas que enviaria a um só destinatario seu eu,que estava trancado a dias dali , palavras profetizando boas acções , essas que estavam hoje trancadas na gaveta.
   O cheiro de mofo era repugnante , seu corpo esquecido e sua mente adormecida confundia-se com dejectos. Como se fosse difícil imaginar o desfecho que parecia óbvio e doloroso.